O lado empreendedor do Emicida
Quem não nasceu com vista para o sol, precisa abrir janelas. Foi um pensamento como esse que motivou o jovem Leandro Roque de Oliveira, 24 anos, mais conhecido como o rapper Emicida, a correr atrás e abrir o seu site sobre cultura urbana, o Nóiz (www.noiz.com.br).
Morador de Cachoeira, zona norte da cidade, "quase divisa com Guarulhos", segundo ele, o rapper diz que o projeto surgiu inspirado em fanzines gringos. "No começo, eu queria fazer um lance impresso, mas era caro. Não queríamos uma edição hoje e outra daqui um ano. A informação precisa circular. A solução encontrada foi a internet", diz o rapper.
Após fazer contato com alguns colaboradores que toparam a empreitada, Emicida elaborou um projeto e o apresentou ao programa VAI (Valorização deIniciativas Culturais), da Prefeitura de São Paulo.
Aprovado e com uma verba de R$ 18 mil para investir em estrutura e equipamento, o Nóiz entrou no ar em agos¬to deste ano. Até hoje, soma cerca de 20 mil acessos. E está crescendo.
Além do auxílio dos cola¬boradores, que rece¬bem apenas umaajuda de custo, o site é gerenciado pelo irmão de Emi¬cida, Evandro Roque de Oliveira.
EXTERMINADOR DE MCs NO YOUTUBE
Antes de lançar o Nóiz, Emicida já sa¬bia da importância da internet para a divulgação de trabalhos e ideias. Desde 2006, vídeos em que ele aparece due¬lando com outros rappers, em batalhas de MCs, bombam no YouTube.
"Nessa época, eu não tinha nem internet na minha casa. Quem publicou os vídeos foi a galera que acompanha as batalhas", explica ele.
Nos duelos de MCs, cada participante tem um tempo determinado pa¬ra improvisar seus versos e desbancar o concorrente. É preciso ter sangue frio, pois os ataques pessoais e a gozação rolam soltos. A plateia vai ao delírio durante os embates.
Desde fevereiro desde fevereiro deste ano, o rapper mantém um perfil no Twitter. Usa-o para manter contato com os fãs e passar informações sobre seus compromissos. Ultimamente, com a agenda apertada, tem atualizado principalmente do celular. “Gosto de atualizar da rua”, diz. “Recebo perguntas das pessoas, pedidos para mandar um salve. Acho o serviço superinteressante, espécie de um reality show em tempo real”, completa.
Sobre a influência da tecnologia em sua sonoridade, Emicida prefere manter a linha clássica. “Comprei um toca-discos, um MPC (foto acima) e um computador. Tudo isso para ver que o meu negócio é escrever rimas”, finaliza ele, sorrindo.
Cola nele, no Agora de hoje.
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