domingo, 8 de novembro de 2009

E o Sonic Youth foi o melhor do Terra



O Playcenter não deixou nada a desejar em relação à antiga Vila dos Galpões.
Além de ser de fácil acesso, já contava com a estrutura do local.

Foi uma ótima ação de marketing para o parque, que andava bem esquecido pela maioria do público do evento.

Até por volta das 20h, a impressão é que o festival não encheria devido a concorrência com o Maquinária. Depois ficou cheio. Em uma próxima edição, caso tenhamos um único evento na noite, fica a pergunta quantas mil pessoas o lugar é capaz de receber sem sufocá-las?

Montanha russa é algo que você entra para se arrepender. Ainda bem que passa logo. Estou velho para isso.

O vocalista do Maximo Park, Paul Smith, tem presença de palco muito semelhante a de Detonator, do Massacration. Deve ter um passado heavy-metal. Com seus hits, o Maximo Park agradou os fãs que chegaram cedo. Para outros, o final da tarde foi um ótimo período para dar “uma pinta” e conferir visual do público.


O Primal Scream fez uma apresentação fria, com poucos hits e carisma. Ainda foi prejudicada pelo som baixo e pouca luz. Faltaram hits. Country Girl e Rocks soaram leves. Entre elas, o vocalista Bobby Gillespie quase entregou os pontos em quando tentaram tocar a mesma múysica sem sucesso por duas vezes. Sorte que possuem projeções de vídeo para reforçar a apresentação. Quem resistiu até o fim, viu a banda esquentar e sair heroicamente do palco sem ser apontada diretamente como fiasco do festival.


O Sonic Youth está para o rock alternativo assim como o Rolling Stones para todo o rock. E mostraram ontem porque podem ser considerados a maior banda do gênero, vide sua consistência na formação, discografia e vigor. Amparados principalmente no último disco, The Eternal, passearam por várias fases da banda sem encostar em nenhum dos hits clássicos, como Bull in the Heather, Schizophrenia e Teenage Riot. Em vez dessas, vieram Sacred Sister, Antenna, Leaky Lifeboat (The Eternal), Rats (Rather Ripped) e Hei Joni (Daydream Nation). A chuva não comprometeu a apresentação. As longas divagações sonoras, que tornaram a última apresentação da banda por aqui, em 2005, arrastada, vieram na medida exata. Empolgada, Kim Gordon dançou de braços abertos até ir ao chão. O público foi ao deliro. Uma apresentação digna de final de Copa do Mundo. O Sonic Youth mostra como envelhecer ser perder a energia. Melhor show do festival.



Atração mais esperada, Iggy Pop fez uma paródia de si mesmo, despejando truques manjados. A barriga estava mais saliente que em 2005. E desta vez o iguana não usou um sapato com salto maior que o outro para compensar a perna mais curta. Mancou durante todo o show. Que abriu com Raw Power, Kill City e Search & Destroy, todas do disco Raw Power. A invasão do palco, incentivada pelo próprio cantor, foi maior que ele esperava. Em número e tempo. Pena que alguns fãs não sabem a diferença entre participar e atrapalhar. Pior para eles, que sofreram com a truculência dos seguranças, que também se estendeu até os fotógrafos. De volta ao show, clássicos dos dois primeiros álbuns, como 1969, Dirt, TV Eye e No Fun não tiveram vez. E o Stooges com Ron Asheton era melhor do que com James Willianson. Para compensar, Iggy tocou The Passenger e fechou o bis com Lust for Life, ambas do seu primeiro disco solo. Nos momentos que se ilumina, a entrega de Iggy Pop é total. E aí não há performer maior que ele, última fagulha viva e acesa do punk. Pena que ele já tenha 62 e talvez seja hora de parar.

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